27 março 2007

25 - Anos 20 (IV) - do Montijo para Lisboa

Muitas foram as fábricas de rebuçados e confeitarias que se entusiasmaram com os "bonecos" da bola. Há quem diga que tudo começou no Montijo (Vidé posts 1 e 24) e aí se situaram as primeiras iniciativas, mas ter-se-ão espalhado por diferentes lugares (como o Cartaxo) e, principalmente, Lisboa. A prática era editar cadernetas em que os cromos não vinham organizados ainda por equipas, mas sequencialmente, sem qualquer ordenação aparente. O que, aliada ao facto de ser quase sempre a mesma foto em diferentes colecçõs, torna dificil uma datação mais rigorosa. A caderneta á esquerda, Album dos Azes de "Foot-ball", será talvez de 1928 e foi editada pela Fábrica A Brazileira. É composta de 51 cromos, monocromáticos, tendo na capa os célebres Pepe (Beleneses) e Tamanqueiro (Benfica e Olhanense) e inclui entre outros Vitor Gonçalves (que não figurará já nas colecções seguintes), Vitor Silva (que se estreou no Benfica em Janeiro desse ano) e Eugénio salvador (célebre depois como actor). O cromo da direita é de outra colecção, Rebuçados Desportivos, editada pela Sociedade Lisbonense de Confeitarias, com as mesmas caracteristicas.
- Haverá outras cadernetas editadas pela Brazileira ou pela Lisbonense ?
- Que outras editoras terá havido nso anos 20 e 30, antes da Universal ?
- Qual a data de edição destas cadernetas ?

07 março 2007

24- As primeiras capas monocromáticas


As primeiras cadernetas de cromos eram bastante simples. Não só porque os recursos técnicos da época eram mais limitados como, principalmete, porque o produto final, o cromo, teria de ter um valor mínimo para poder ser vendido, junto com o caramelo, a um preço acessivel á bolsa das crianças. Os primeiros cromos eram, quase todos, monocromáticos. As próprias cadernetas eram impressas apenas a uma cor e com um grafismo que procurava ser mais informativo do que bonito. Três bons exemplares dessa época:
- Caramelos Box, editada pelos Rebuçados Cotovia em 1931. "Homenagem aos boxeurs, lutadores e toureiros". Uma caderneta, única, com informação sobre a história dos Campeonatos Mundiais de Box, destinada especificamente "para os nossos coleccionadores".
- Caramelos Ciclistas, de 1933, outra caderneta da Cotovia ("Homenagem aos azes do Pedal") com 116 cromos. Mantém o mesmo grafismo da capa e a mesma caracteristica de forncecer muito texto informativo (e muita publicidade também !)
- Colecção de Caramelos Sport, Edição da Fábrica de Confeitarias A Triunfadora do Montijo, de Nunes Brito e Cª. (ver post 1) Esta com 120 cromos, mas sem qualquer informação adicional, num máximo de economia de espaço. Ao contrário das anteriores, em que os cromos eram todos em sépia, esta colecção tinha cromos em diferentes tons de castanho, sépia e roxo. Acrecescente-se que, na altura, os cromos dos jogadores ainda não eram organizados em equipas.

05 março 2007

23 - Marinhense (I)


Os cromos permitem-nos duas coisas interessantes. Uma é podermos referenciar as nossas recordações e os aspectos afectivos e emocionais que se ligam com elas: podemos ter as nossas preferências por determinados jogadores que admirámos, por uma equipa de certa época, ou pelo clube da nossa terra.
Outra é que os cromos fixam para sempre pequenas curiosidades que correspondem, muitas vezes, a sinais de mudança ou se referem a acontecimentos significativos na vida dos clubes (por exemplo mudanças de emblema, cores ou nome) e da sociedade em geral (por exemplo a forma de vestir ou de cortar o cabelo).
Pelo lado da ligação afectiva ao clube da nossa terra, tenho de fazer uma referência especial ao Atlético Clube Marinhense. Sendo um clube que nunca alcançou a 1ª Divisão, creio que haverá apenas duas colecções com o Marinhense em cromos individuais dos jogadores, ambas do início dos anos 60 e ambas editadas pela Carsel (imagens á direita, com Nartanga que tinha vindo do Benfica) . Claro que, antes disso, já na caderneta da Águia no final dos anos 20 (á esquerda), aparece a que será a primeira referência ao clube e, mais tarde, em 1964 o primeiro cromo da equipa, que se irá repetir depois na colecção das Equipas da Pajú em 70.
- Haverá outras colecções do tempo dos caramelos com o Marinhense ?
- Quando é que o leão surgiu e desapareceu do emblema do "Atlético"(cromo á direita) e porquê ?
- É interessante o facto de em dois dos cromos que aqui apresento haver alterações no equipamento (camisola branca nos anos 20, e tom azulado nas listas verticais e calções nos anos 60). Trata-se apenas de alguma falta de rigor no colorido dos cromos ou o Marinhense terá mesmo usado camisola branca no início e equipamento azul mais tarde ?